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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

HOMEM CAI EM CALDEIRA COM ÁGUA FERVENDO E MORRE APÓS OITO DIAS INTERNADO EM QUIXADA

No dia 11 de fevereiro, uma tragédia se abateu sobre uma família no município de Quixadá. Walter Lázaro da Silva, 38 anos, operário em uma fábrica de beneficiamento de algodão, sofreu um acidente terrível. Um cano por onde passava água fervendo se rompeu e a força da água jogou Lázaro para dentro de uma caldeira com água fervente. No momento do infortúnio, a temperatura da água na caldeira estava entre 300 a 400 graus Celsius.

Embora a caldeira estivesse quase vazia, a vítima do acidente, por causa da dor extrema, fez diversos movimentos na água, expondo muitas partes do corpo à fervura. De acordo com informações da família, Lázaro sofreu queimaduras graves nas duas pernas, no braço direito e parte do tronco. Ele foi socorrido por colegas ao Hospital Eudásio Barroso, onde teria recebido tratamento completamente inapropriado.

Familiares informaram que a equipe do Hospital Eudásio Barroso apenas jogou água na vítima. A enfermeira teria se recusado a limpar as feridas, dada a gravidade do caso. A própria esposa da vítima teve de realizar o procedimento. Não havia nenhum tipo de medicamento capaz de amenizar o sofrimento de Lázaro, que gritava com dores angustiantes. A família da vítima informou a este site que a equipe médica estava em total desespero, completamente despreparada para atender ocorrência do tipo.

Tragicamente, a equipe do Hospital Eudásio Barroso enfaixou o corpo inteiro da vítima, procedimento que foi fortemente repreendido pela equipe médica do Centro de Queimados do IJF, em Fortaleza, para onde Lázaro foi transferido. A transferência dele, aliás, foi outra dificuldade. As ambulâncias do SAMU estavam à serviço das pessoas que foram assistir um jogo do Quixadá Futebol Clube, no Abilhão, que acontecia no mesmo dia. O motorista da única ambulância, já sucateada, à serviço do Eudásio Barroso, recusou-se a fazer a viagem até a capital cearense, pois, segundo ele, os pneus do veículo não estavam em condições de realizar o percurso. Apenas depois que familiares ofereceram os pneus de um carro particular é que o motorista resolveu realizar o percurso. “A ambulância que estava a serviço do Hospital não tinha condições nem de carregar animais feridos com segurança, muito menos pessoas. Tivemos de fazer uma verdadeira arruaça para conseguir um serviço que deveria estar à disposição de qualquer cidadão”, conta um parente da vítima.

No IJF, Lázaro recebeu tratamento no Centro de Queimados. Ele resistiu por oito dias, durante os quais alternava entre momentos de lucidez, dor extrema, desmaios, convulsões e alucinações. Infelizmente, uma infecção generalizada, decorrente do diabetes, ceifou a vida de Lázaro.

A família classificou o atendimento recebido pelo proprietário da Fábrica como desumano. Enquanto Lázaro ainda estava internado, o industrial teria pedido que a Folha de Pontos dos operários fosse assinada por ele. Nenhuma visita ou maiores cuidados teriam sido oferecidos pelo patrão da vítima. Desumano, também, de acordo com a família, foi o tratamento recebido no Hospital Eudásio Barroso. “Até quando, meu Deus, seremos vítimas desse descaso e despreparo?”, pergunta Lena Lázaro, irmã da vítima.

O falecido deixou esposa e três filhos.

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OBS: O Monólitos Post tomou conhecimento deste fato no dia da ocorrência, porém, respeitando o desejo dos familiares, não fez menção ao fato até hoje, somente depois da família autorizar a divulgação do episódio trágico. Aproveitamos para estender à família enlutada nossos mais sinceros pêsames.

Fonte Monolitos Post